O conceito do status Living Legend

Um dos grandes diferenciais do Flesh and Blood em relação aos demais TCGs é o seu sistema de Living Legend. Ao invés de um sistema de rotação de cartas a cada dois anos, por exemplo, cada herói que ganha eventos maiores como Nacionais ou Callings recebe uma quantidade de pontos e, assim que esse herói atinge uma determinada quantidade, ele atinge o status e deixa de ser válido em seu respectivo formato.
O sistema é considerado por muitos jogadores como uma das melhores ferramentas de “rotação”, pois o formato sempre será eterno. Isso quer dizer que, apesar do herói (e sua Signature Weapon) não serem mais válidos, todo o resto do deck ainda fica no formato e pode ser utilizado por outros heróis da mesma classe/talento.
No entanto, vimos nos últimos anos o Living Legend sendo uma ferramenta para tirar heróis muito fortes do formato, e exemplos não faltam: Tales of Aria e Part the Mistveil foram as coleções mais fortes que o jogo já viu, Bravo, Star of the Show foi o herói mais forte do jogo e assim por diante. Até mesmo Aurora, Shooting Star tem sua pitada de “injustiça”, e cada herói que já atingiu o status traz uma lembrança “traumática” aos jogadores.
Porém, o Living Legend, em seu conceito, não só serve para tirar esses heróis fortes. Há aqueles que fazem sua escalada longa e gradual, ganhando pontos aos poucos de maneira saudável, por serem bons e possuírem jogadores dedicados a suas estratégias.
No último final de semana dos Nacionais (que ocorreu entre os dias 04/07 e 06/07), após 5 anos de existência no jogo, Dash, Inventor Extraordinaire atingiu o status de Living Legend e sua companheira de coleção Azalea, Ace in the Hole está quase atingindo o status (faltando 1 ponto para dar o passo final).
Vamos olhar para a nova integrante das Lendas Vivas e ver como foi sua trajetória.
Dash e sua flexibilidade

Fazendo parte dos heróis originais do Flesh and Blood, Dash, Inventor Extraordinaire foi lançada em Arcane Rising, sendo o primeiro herói a introduzir um conceito de controle no jogo com base em permanentes (que no caso eram os itens).

Diferente de qualquer outro herói da época, Dash era a única heroína a ter um fim de jogo avassalador. Com um plano de descer Induction Chamber e Plasma Purifier enquanto evitava ao máximo perder vida, ela conseguia finalizar o jogo com Teklo Plasma Pistol com um poder elevado e go again, isso sem gastar cartas da mão.
E, quando Teklo Pounder foi impressa, Dash ganhou uma excelente opção agressiva, também podendo competir dano contra decks mais agressivos. Hanabi Blaster também ajudava nesse plano, mas, se o jogador gostava mais de combo, uma opção incomum era utilizar Nitro Mechanoid. Apesar de ser menos popular, ainda era uma opção.
Uma das maiores forças de Dash era deixar uma dúvida de qual build o oponente iria enfrentar: ele deveria fazer um side contra uma Dash control/fadiga ou subir Defense Reactions contra uma Dash de Boost?
Mas o que houve para ela demorar tanto para pegar Living Legend?
Um caminho árduo

Já passamos por situações bem insalubres na história do Flesh and Blood: o meta de Monarch foi dominado por Chane e Prism (dois dos decks mais fortes da história), Tales of Aria teve Briar com seu poder pleno, Uprising trouxe Iyslander e Fai, e Part the Mistveil foi marcado pela dominância de Zen. Dash nunca foi, de fato, o melhor deck desses metas, mas ela estava sempre lá, conseguindo até ganhar contra esses decks extremamente fortes e levando alguns torneios para casa.
E, após pouco mais de um ano sem ganhar nenhum torneio relevante, Dash deu seus últimos passos nos Nacionais e atingiu o status, levando consigo não só uma das melhores armas Mechanologist, como também deixando saudades em uma legião de jogadores (eu me incluo nessa conta).
Um meta completamente aberto
Mas o que fez com que Dash pudesse ganhar suas últimas vitórias?
O gráfico abaixo mostra os resultados dos Nacionais deste ano, após Nuu, Alluring Desire atingir o status no mês passado. E é possível dizer com certa segurança que estamos vivendo um dos metas mais abertos da história do jogo. Vamos analisá-lo com calma.

O retorno de Cindra

Quando The Hunted foi lançada, Cindra teve um desempenho espetacular em sua estreia. Porém, o meta foi se adaptando. Aurora, Shooting Star ainda era o melhor deck agressivo do formato, e Cindra teve uma queda de representatividade. Com a Runeblade atingindo o status e a predominância de Florian..., a Ninja começou a encontrar um espaço no meta, por ter uma excelente match contra o herói Earth, mas Nuu ainda era uma pedra no seu sapato pelo alto poder disruptivo.
Com a ascensão da Assassin, Cindra viu seu caminho livre novamente. Com uma gameplay simples, mas poderosa, a Ninja pune aqueles que não sabem jogar em volta de Mask of Momentum ou não respeitam Flick Knives, tornando-se um excelente deck agressivo que parece ter um gás infinito com praticamente somente cartas vermelhas.
Além disso, seus diversos efeitos de Flick, como a própria Flick Knives ou Blood Runs Deep, dificultam a prevenção desses pequenos danos, o que pode colocar o oponente em uma situação muito delicada com a vida baixa.
Slippy: dando disrupções

Mas e que tal um deck tão agressivo quanto Cindra, mas que ainda pode apresentar disrupção no oponente? Arakni, 5L!p3d 7hRu 73h cR4X (ou somente Slippy) pode ser uma excelente resposta contra a Ninja e ao meta em geral.
Com um go again gratuito todo turno, Slippy não só consegue atacar diversas vezes no turno, como também pode fazer jogadas bem incômodas para o oponente, como Bonds of Agony ou Persuasive Prognosis. Mas essas não são suas únicas disrupções. Mark of the Black Widow (1), Leave no Witnesses e o infame Codex of Frailty fazem parte desse pacote tão poderoso.
E, apesar de sua lista ser quase toda custo zero, isso não significa que seu dano é baixo. Infect causa mais dano com Bloodrot Pox, Razor’s Edge (1) pode dar alvo em quase todos os ataques do deck e Tarantula Toxin ajuda a passar dano de qualquer maneira.
Com tantas ferramentas surpresas, Slippy traz o que há de melhor nos decks aggros, em combinação com o que há de melhor na classe Assassin, punindo bastante aqueles que não sabem jogar contra.
Gravy e sua tripulação

Apesar de ser extremamente recente, Gravy Bones teve uma estreia fenomenal e chegou sendo uma parte importante do meta.
Sua estratégia de Allys pode não ser igual à da classe Illusionist, mas com certeza é forte a ponto de ser um deck do meta. Sawbones, Dock Hand, Chum, Friendly First Mate e Riggermortis são alguns dos exemplos de Allys que precisam ser respeitados. Caso não sejam, Gravy pode criar um estado de mesa incontrolável e levar a vitória.
Apesar de Cindra conseguir matar seus Allys com certa facilidade, o Necromancer pode ter jogos bem favoráveis com os demais heróis do meta e se manter em uma posição de um dos melhores decks do formato.
As respostas

Mas com um meta aberto, isso significa que temos mais opções excelentes para jogar.
Verdance, Thorn of the Rose coloca em cheque os heróis mais Midrange e tem partidas justas contra Aggros. Com o talento de Earth, Felling of the Crown e Plow Under são cartas extremamente fortes. Além disso, Cadaverous Tilling (1) ajuda em fazer o Decompose e apresentar alto dano. Com o oponente a pouco menos de nove de vida, Verdance pode finalizar o jogo graças à Storm Striders e Waning Moon, ao melhor estilo de Wizard possível.
Prism, Awakener of Sol é a única Illusionist que restou no Classic Constructed, e, em um meta com decks que blocam menos, ela pode se aproveitar do alto poder de seus Heralds para colocar diversos Allys em campo e tornar o jogo muito favorável para si. Porém, com sua ascensão, o meta pode acabar colocando mais cartas de poder 6 no inventário para enfrentar a Illusionist, o que pode acabar dificultando para o seu lado.
Um meta onde ninguém quer bloquear e que está aberto para decks agressivos? Isso é tudo que Dash I/O quer ouvir. Com menos decks voltados para fadiga e sem a disrupção de Nuu, a Mechanologist pode combater o meta, sendo um deck aggro/combo que pode causar muito dano em pouco tempo, com seus itens como Boom Grenade (1). Ela ainda pode sofrer um pouco com as disrupções de Slippy, mas pode tirar grande vantagem de decks que bloqueiam mal, como Cindra e Gravy.
Conclusão
Após os Nacionais, teremos um meta sem muitas mudanças. Com o Mastery Pack Guardian à vista e a nova coleção, Super Slam, prevista para setembro, podemos ver o lado pendendo para os Guardians, mas, no geral, o meta ficará assim por mais alguns meses.
Com um meta tão aberto, o FaB vive um de seus melhores momentos no Classic Constructed. Em breve, mais alguns heróis podem atingir o status de Living Legend, como Azalea, Ace in the Hole (que está com a peculiar marca de 999 pontos) e Kano, Dracai of Aether, mas diversos decks estão se descobrindo e procurando seu lugar nesse novo Classic Constructed.
E você, que deck irá jogar nesse meta?
Obrigado por ler até aqui e até a próxima!













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