Magic: the Gathering

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Top 10 Piores Artefatos do Magic

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Neste artigo, visitaremos cards antigos e nos perguntaremos o que passava pela cabeça dos designers naquela época!

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revisado por Tabata Marques

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Dentre todos os tipos de cartas de Magic, um deles se destaca desde o início pelas suas inúmeras cartas poderosas e diversas interações possíveis, além das várias opções de suporte. Infelizmente, nem todo artefato pode ser a próxima Black Lotus, e, às vezes, eles não conseguem nem ao menos ser um Aesthir Glider.

No artigo de hoje, falaremos sobre os piores artefatos já impressos na história do Magic. Estas cartas são tão desconexas de uma estratégia de jogo eficiente, que não valem nem ao menos o papelão colorido no qual elas estão impressas.

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Como sempre, essa lista não terá, necessariamente, uma ordem, e ao invés disso será mais um texto para discutirmos cartas estranhas e diferentes com um pouco mais de irreverência.

Amulet of Quoz

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Há muito tempo, havia uma regra no nosso querido Magic que trazia uma aposta entre os jogadores - cada um apostava a carta do topo do seu deck, e quem ganhasse a partida levava as cartas apostadas para casa. A extinta Ante-Rule acontecia após cada jogador comprar sua mão inicial. A oitava carta do topo de cada deck era removida e colocada na “ante zone” como parte da aposta.

Essa regra foi retirada do jogo por alguns motivos. O principal, é claro, é que a associação do jogo a apostas eventualmente mudaria a classificação etária e o mercado do jogo, o tornando comparável a um jogo de azar. Outra reclamação frequente era a desigualdade das apostas, que eram decididas totalmente na sorte. Assim, a carta do topo do baralho oponente podia muito bem ser uma simples Floresta, enquanto você apostava uma carta mais valiosa, como uma Mox ou a própria Black Lotus.

Dito isso, temos Amulet of Quoz, um card que foca em transformar uma aposta em um jogo de Magic em uma verdadeira aposta de jogo de azar, pois decide a partida em um simples jogo de “cara ou coroa”. E, também tem algo que pode ser considerado pior, ou melhor - o oponente pode apostar mais cards do topo de seu deck para anular esse efeito.

Amulet of Quoz não é ruim só porque envolve uma mecânica problemática e até controversa para a saúde do jogo como produto; ele também é ruim porque cria mais uma razão para este jogo ser chamado de jogo de azar. Com essa carta, o jogo se concentra em apostar cartas, o que minimiza todas as partidas a um jogo de só probabilidade e chance, e permite que os jogadores até mesmo aumentem o tamanho das apostas. É uma verdadeira relíquia de seu tempo.

Goblin Lyre

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Ainda falando sobre jogos de azar, Goblin Lyre não só depende de 50% de probabilidade, como também depende de quantas criaturas você tem em campo. Assim, você pode causar uma grande quantidade de dano ou tomar dano conforme as criaturas no campo do oponente.

Obviamente, a ideia é usar essa carta quando você tem muitas criaturas e o seu oponente não tem nenhuma. Sabe o que mais é ótimo em uma situação dessas? Atacar com todas as suas criaturas.

Goblin Lyre simplesmente nos oferece um dano considerável em troca de uma aposta de moeda. Pode ser um card muito divertido, mas às vezes (sempre) atacar, uma ação que acontece todo turno e não custa mana nenhuma, é uma opção muito melhor.

Balm of Restoration

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Existe um ciclo de cards do Alpha que fazem 3 de alguma coisa por um de mana de alguma cor específica. A versão azul é Ancestral Recall, que compra três cartas por uma mana, a vermelha é Lightning Bolt, que causa três de dano por uma mana, e assim por diante. O pior card desse ciclo é a versão branca, Healing Salve, que cura 3 pontos de vida ou previne 3 pontos de dano.

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Podemos passar um bom tempo discutindo porque ganhar vida não é a melhor habilidade ou porque 3 de vida é pouco por uma mana, e tentar chegar num valor arbitrário sobre qual é a melhor proporção entre mana e vida ganha, mas o ponto é: Balm of Restoration pode ser sacrificado para te dar 2 de vida, ou prevenir 2 de dano, por três mana. Isso é um de vida a menos pelo triplo de custo do Healing Salve. Nem mesmo o jogador mais desesperado por vida usaria uma carta dessas.

E claro, a pior característica de Balm of Restoration é que ele pode ser destruído antes que você tenha mana para ativar sua habilidade, o que significa que você perderá duas manas sem nem ganhar seus incríveis 2 pontos de vida.

Juju Bubble

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Juju Bubble, diferente de Balm of Restoration, pode ser usada continuamente, sem precisar sacrificar um artefato, para ganhar o quanto de vida sua mana permitir. Quando acabamos de ver uma das cartas mais tristes de todas, Balm of Restoration, essa oportunidade parece um sonho, mas, na verdade, é cheia de restrições.

Por um lado, Juju Bubble tem um custo de manutenção cumulativa de 1. Ou seja, na primeira manutenção com ela em campo, você paga 1, na segunda 2, na terceira 3, e assim por diante. Ou você paga mana, ou este card é destruído. Isso facilmente consome a mana que você usaria para ganhar vida com esse artefato tão overpower e injusto.

Além disso, jogar cards te obriga a sacrificar a Juju Bubble. Sim, jogar e não conjurar, o que limita até mesmo a ação mais simples do jogo, jogar terrenos. Mas tudo bem. Se podemos ganhar um de vida por dois de mana, por que gostaríamos de jogar mais cards, não é mesmo?

Rakalite

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O que poderia ser pior do que Balm of Restoration? Simples, pagar 6 manas por um artefato que te permite pagar dois manas para prevenir um mísero ponto de dano. Eu poderia fazer diversas piadas, dizer que eu prefiro que alguém pegue dois martelos e use minhas costelas de xilofone, mas nem com toda a estapafúrdia cômica que eu consigo pensar vale a pena discutir essa carta.

Podemos argumentar que, com motores de mana que nos oferecem quantidades cavalares de recurso, esse artefato começa a fazer algum sentido, mas o pior de tudo vem agora: após ativar essa habilidade pelo menos uma vez, Rakalite volta para a sua mão no fim do turno, o que te forçará a pagar 6 manas no seu próximo turno para jogá-la e esperar a oportunidade de pagar duas manas para prevenir um de dano.

Dizem que The Rack simula uma tortura medieval, mas, para mim, Rakalite é o mais perto disso que o Magic já chegou.

Illusionary Mask

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Morph sempre foi uma mecânica meio ruim. É cara, tem muito pouco payoff, e é muito lenta. Ainda assim, colocar um card virado para baixo com essa mecânica, ou com Disguise, custa apenas 3 manas, enquanto Illusionary Mask lhe força a pagar ao menos mana o suficiente para conjurar a criatura em questão.

É aí que criamos uma situação estranha de blefe, risco e recompensa. Você pode muito bem pagar dez manas e colocar aquele Llanowar Elves virado para baixo como uma criatura 2/2, o que seria toda uma estratégia de blefes e patifaria. Ao atacar, o seu oponente pode decidir como irá bloquear, levar em conta todo o tipo de card que pode estar virado para baixo, e então, na hora de causar dano, seja em outras criaturas ou no oponente, você vira a criatura para cima e causa dano. Neste exemplo, gastamos dez mana para causar 1 de dano no oponente, mas, veja bem, fizemos isso por meio de um grande jogo mental, digno dos maiores mestres da manipulação.

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Illusionary Mask é mais interessante e mecanicamente instigante do que boa. Sua diversão está em tentar achar o equilíbrio perfeito entre gasto de mana e a criatura colocada para baixo, mas, tirando isso, é apenas um artefato com uma mecânica estranha que não se sustenta.

Razor Boomerang

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Lembra tudo aquilo que eu disse mais cedo sobre Balm of Restoration? Razor Boomerang é igual, senão pior.

Custa três manas para conjurar, e duas para equipar. Tudo isso para te dar a opção de virar a criatura equipada e causar a incrível quantidade de 1 de dano. Claro, pingers sempre foram criaturas bem interessantes na história do Magic, e podem formar estratégias inteiras, mas nenhuma delas é um artefato que custa cinco manas, vira outra criatura e volta para a mão do dono ao causar um mísero ponto de dano.

Razor Boomerang entrega uma execução tão pífia que não existe nada divertido sobre ele. Não existem piadas a serem feitas, pois o próprio card é a piada. Da próxima vez que alguém vir até você e pedir para você contar algo engraçado, apenas diga “Razor Boomerang”.

Arcum's Sleigh

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Este é mais um card que parece que foi criado especificamente para me deixar maluco; Arcum's Sleigh também custa muito mais mana do que o necessário para fazer algo que deveria ser mais comum no jogo.

Como Lance já nos ensinou, não custa caro dar Vigilância a uma criatura definitivamente. Contudo, Arcum's Sleigh tenta ser revolucionário ao custar duas manas para dar essa habilidade até o fim do turno. O pior de tudo é: essa habilidade não funciona a menos que seu oponente controle terrenos nevados. Porque, claro, Arcum's Sleigh ainda é um trenó. Tem até uma cabra super brava na sua arte.

Na maioria dos formatos, é muito raro ver um terreno deste tipo, então esse belíssimo exemplar de veículo para deslocação nos alpes nevados simplesmente faz zero sentido.

Armageddon Clock

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Chegamos na hora que minha indignação começa a virar dor física. Por seis manas inteiras, Armageddon Clock entra em campo e começa a acumular “Marcadores da Destruição”, um conceito tão macabro quanto uma fanfic dark de Ben 10 que seu colega escreveu na oitava série e fez questão de lhe contar em detalhes no dia seguinte.

Mas não se engane. Marcadores de Destruição podem causar muita dor a todos os jogadores, ao mesmo tempo. Mais precisamente um ponto de dano para cada marcador em cada manutenção.

Na cabeça dos jogadores de controle, parece uma boa ideia. Eles continuam ganhando vida, desaceleram o jogo, e causam dano ao oponente gradualmente. Mas, é claro, qualquer jogador pode pagar quatro manas para retirar um desses marcadores em campo.

E aí a gente acaba com uma pergunta. “Por quê?” O que qualquer jogador ganha gastando mana para retirar esses marcadores? Por que eu pagaria seis manas para conjurar uma mágica facilmente reversível que vai me causar dano progressivamente a troco de nada? Por que eu estou jogando um jogo de cards de papelão em plena sexta a noite quando poderia estar estudando medicina igual meus pais queriam e constituir uma família, que iria me encher de amor e me livrar da depressão sazonal que eu sinto toda noite antes de dormir?

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Armageddon Clock traz muitas perguntas ao jogo, e a principal delas é porque alguém pagaria quatro manas para tirar um marcador, se podemos usar um Disenchant, que custa duas manas, e tirar todos.

Artefatos Contra Expansões

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City in a Bottle, Apocalypse Chime, e Golgothian Sylex são todos artefatos com uma missão maior do que apenas me levar à loucura; eles prejudicam uma coleção em específico.

Com qualquer um destes artefatos na sua mesa, podemos nos livrar de muitas cards, desde que eles sejam de uma coleção específica. Apocalypse Chime e Golgothian Sylex custam mana para destruir cards das coleções Homelands e Antiquities, respectivamente. City in a Bottle é muito mais agressiva, pois tem uma habilidade estática que força jogadores a sacrificarem cards que tenham um nome impresso originalmente em Arabian Nights, e não deixa jogadores conjurar tais cards enquanto estiver em campo.

Claro, tais efeitos são, de certa forma, bem fortes, e todo mundo consegue imaginar alguma coleção que queremos destruir de uma maneira parecida. O problema é: Antiquities, Homelands, e Arabian Nights são três coleções que não impactaram muito o jogo e, mesmo se você encontrar cartas de alguma delas, como cartas de Antiquities, que jogam no Shops do Vintage, usar algum desses artefatos continua longe de ser uma opção.

Assim, temos três artefatos com um design interessante, mas, infelizmente, eles foram bem punidos pela irrelevância de seus alvos.

Considerações Finais

Eu sempre gosto de escrever artigos sobre esse tipo de tema, pois me permite sair do espaço comum dos meus outros textos e brincar um pouco mais.

Infelizmente, com o jogo se tornando cada vez mais moderno e demandando cartas que realmente façam alguma coisa, cada vez menos iremos ver cartas “divertidas e com personalidade” iguais a essas.

Quem sabe um dia a Wizards não imprime um Razor Boomerang novo sem querer, né?

Até o próximo!