O anúncio não anunciado
Era a tarde de 25 de Abril. No dia anterior, alguns eventos haviam terminado em Taiwan, Madrid e Frankfurt. Estávamos saindo de dois meses de eventos, incluindo uma temporada de Pro Quests por toda a Europa, América do Norte, Ásia e Austrália, e quantas coisas aconteceram nesses dois meses.
Bravo, Star of the Show, ou, como é popularmente conhecido, Starvo, foi lançado em Everfest, o mais recente set suplementar. Starvo chegou no cenário competitivo tendo resultados desde a primeira semana de eventos.
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O herói de Aria rapidamente se tornou o vilão do meta, e, estando a duas semanas e meia do maior evento da história do Flesh and Blood em Pro Tour New Jersey, muitos jogadores esperavam ansiosos pelo anúncio marcado para 2 de Maio, meros 10 dias antes do grande evento, que, talvez, trariam mudanças ao jogo.
Foi aí que, sem prévia, um anúncio apareceu no site oficial.
Bans e Suspensões
As mudanças anunciadas impactaram tanto o Blitz quanto o Classic Constructed, que são os dois formatos mais jogados.
O Blitz, um formato mais rápido jogado com heróis Young, comemorou seu primeiro herói a atingir Living Legend, um título que se alcança quando um herói coleta muitas vitórias em grandes torneios, e que, quando alcançado, “aposenta” o herói para sempre. Além disso, três cartas foram banidas e mais três foram suspensas.
No Classic Constructed, o formato “premiere” do jogo, tivemos uma carta banida e mais duas cartas suspensas.
Mas, o que exatamente foi banido e por quê?
Blitz
Primeiramente, Viserai e Nebula Blade agora são Living Legends. Isso significa que eles não são mais legais no Blitz, e portanto não podem ser jogados mais.
O Viserai mostrou um grande grau de sucesso na última Skirmish Season, e também venceu uma grande quantidade de eventos maiores, incluindo um Calling e três Battle Hardeneds.
Além disso, as seguintes cartas foram banidas ou suspensas:
- Awakening está banido.
- Heartened Cross Strap está banido.
- Snapback (1) está suspenso em todas as cores, Snapback (2) e Snapback (3) inclusos.
- Sonata Arcanix está suspenso.
- Stir the Aetherwinds (1) está suspenso em todas as cores, Stir the Aetherwinds (2) e Stir the Aetherwinds (3) inclusos.
Suspensões são parecidas com bans no sentido de que a carta não pode ser jogada em nenhum deck, mas diferentemente de bans, suspensões possuem um “prazo de validade” seguindo diferentes condições. No caso das suspensões citadas acima, todas elas serão reavaliadas ao final da próxima Skirmish Season, podendo então sair ou continuar suspensas.
Houve uma mudança na carta Seeds of Agony (1), indo de banida para suspensa até que Chane alcance Living Legend. A carta já era banida por ser forte demais, mas com essa mudança, espera-se que, uma vez que o Chane sair de cena e não tiver mais tantos Soul Shackle rolando por aí, talvez a carta se torne menos opressora, podendo sair da lista de cartas suspensas.
Awakening
Finalmente, sobre os dois bans, Awakening também foi banida no Classic Constructed nesse mesmo anúncio. A carta era usada por Elemental Guardians (sendo somente o Oldhim no Blitz, e também o Bravo, Star of the Show no Classic Constructed), mas seu design não é dos mais interessantes.
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Uma partida de Flesh and Blood é mais divertida quando existe um “empurra e puxa” acontecendo, com blocks e ataques acontecendo dos dois lados da mesa. Awakening fazia com que um jogador que tentava atacar os Elemental Guardians citados ser punido por fazer um bom trabalho, sem que houvesse counterplay possível.
Você tomou 11 de dano para fazer um turno com 5 cartas e bater por 20? Com um Awakening na mão os Guardians podiam escolher:
Tomo os 20 de dano e volto com uma mão cheia e mais um ataque “grátis” na forma de Oaken Old, Spinal Crush, Crippling Crush ou até Pulverize, graças aos descontos dos Seismic Surge tokens;
ou
Bloqueio o máximo possível ficando com menos vida que meu oponente, jogo um Awakening e pego, novamente, um dos grandes ataques e tenho um turno batendo por 14 com uma única carta na mão (que eu puxei do meu deck).
Ambos os cenários são extremamente punitivos para o jogador que tomou 11 de dano. Ou ele tomará mais que 20, ou será bloqueado e tomará 14 de qualquer forma, e o único counterplay possível para isso é o quê? Tomar mais dano para sempre ter menos vida? É... Awakening simplesmente quebra a matemática de balanceamento do Flesh and Blood de uma forma impossível de se dar counterplay, e, por isso, foi banida.
Heartened Cross Strap
O segundo ban, Heartened Cross Strap pode deixar muitas pessoas confusas a primeira vista. Como uma carta Comum do primeiro set do jogo pode ser tão forte assim em um formato com acesso a Teklo Foundry Heart, Fyendal’s Spring Tunic e muitos outros equipamentos Lendários a ponto de merecer ser banida?
Para entender esse ban é importante entender o que acontecia no Blitz até então. Viserai era um deck extremamente rápido, conseguindo vencer no segundo turno na final do Calling Krakow.
A agressão que o Viserai consegue colocar na mesa, em grande parte, por conta de seus equipamentos como Bloodsheath Skeleta e Vexing Quillhand, ativando-os para fazer um turno massivo usando seus Runechant era extremamente poderoso, e, para combater isso, os outros heróis eram obrigados a fazer coisas parecidas.
A Heartened Cross Strap serve como uma geração de recursos “incondicional” que pode ser usada apenas uma vez, mas quando decks como o Rhinar usavam-na para atacar duas ou até três vezes rolando suas Scabskin Leathers, intimidando a mão inteira do oponente no processo para fazer um turno de 20 de dano que não pode ser defendido, a Heartened Cross Strap servia, efetivamente, como uma carta a mais graças ao pitch que proporcionava.
Outros heróis como a Dash e até a Ira também usavam o inócuo equipamento de forma parecida, fazendo sequências de ataques da qual, mesmo usando a mão inteira para bloquear, deixavam o oponente dois (ou dez) passos atrás na partida.
Sendo um equipamento, o Chest já começava em jogo, então bastava você ver uma mão capaz de dar muito dano que você já teria acesso aos recursos necessários para fazer uma grande ofensiva todo jogo, e, então, numa tentativa da LSS de deixar o formato girando menos em torno de um gigante turno que muitas vezes deixavam o jogo impossível de ser recuperado pelo oponente, Heartened Cross Strap foi banida.
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Snapback e Stir the Aetherwinds
Do outro lado do formato, sendo uma contrapartida aos decks que usavam poderosos ataques de dano físico (), Snapback (1) e Stir the Aetherwinds (1) também foram suspensas. Essas cartas eram jogadas em muitas listas de Kano, o Wizard querido pelos fãs de combo e odiado por todo o resto.
Kano é um herói que, por mais que comece o jogo com 5 a menos que os outros heróis, era capaz de facilmente ignorar essa desvantagem simplesmente matando seus oponentes em seus próprios turnos. Como dano arcano só pode ser prevenido por meio de Arcane Barrier, que muitas vezes só é presente no kit dos outros heróis por meio de equipamentos como Nullrune Gloves e Nullrune Robe, o Wizard complicava a vida do oponente mesmo antes da partida começar.
Jogando contra um Kano, você sempre precisa tomar cuidado para não extravagar na agressão e acabar sendo pego de calças curtas e sem recursos na mão o suficiente para impedir suas linhas letais, usando cartas como Aether Wildfire, o agora suspenso Snapback (1) e sua especialização em Blazing Aether para tirar, às vezes, muito mais que os 20 de vida necessários para ganhar a partida em um único turno.
Perdendo essas peças, a LSS acredita que a consistência com que o Kano é capaz de ganhar o jogo antes de perder seus míseros 15 seja diminuída, forçando o Wizard a se adaptar e precisar fazer um pouco mais de setup para executar seus ainda poderosos combos.
Sonata Arcanix
Já a suspensão de Sonata Arcanix é uma que, pelo que tenho visto, teve poucas reações negativas dos jogadores. A carta é simplesmente eficiente demais para os Runeblades que ainda estão no formato, esses sendo Chane e Briar, agora que o Viserai foi morar com o papai do céu.
A Sonata, como é apelidada pelos jogadores, é quase que uma inclusão automática em decks que já precisam de um balanço bem estabelecido entre Attack Actions e non-Attack Actions para ligar sua poderosa arma Rosetta Thorn, e o fato de que ela pode ser usada com X=1 para olhar 4 cartas e um quarto das vezes te compra duas cartas e dá 2 de dano arcano faz com que a carta fosse forte demais em um jogo em que card draw é tão raro e "caro" quando olhamos para alternativas como Gorganian Tome e Tome of the Arknight, que, no caso desse último, tem uma condição muito mais difícil de ser alcançada para um efeito muitas vezes mais fraco.
Classic Constructed
Um ban e duas suspensões aconteceram no Classic Constructed (ou, para os íntimos, CC). Essas sendo:
- Awakening está banido.
- Bloodsheath Skeleta está suspensa.
- Autumn’s Touch (1) está suspenso em todas as cores, Autumn’s Touch (2) e Autumn’s Touch (3) inclusos.
Awakening
Como eu havia comentado que gostaria de ver em um episódio do Razor Recast, banir Awakening faria com que os Starvos não ficassem tão opressores contra estratégias mais aggro, já que ele não teria mais um passe grátis para tomar dano sem perder o tempo da partida.
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Enquanto o Oldhim, Grandfather of Eternity também é afetado pelo ban do Awakening, ele já não usava a carta tão bem quanto o seu novo companheiro de classe Bravo, Star of the Show. O gameplan inteiro do Oldhim é baseado em bloquear bem e usar sua disrupção na forma de Frostbite tokens e sua própria Defense Reaction, ou seja, se você estava tomando dano de Oldhim, não estaria usando o kit dele de forma muito eficiente.
Vira a câmera para o Starvo, que já tem um gameplan agressivo, apesar de ainda ter acesso a Crown of Seeds e os escudos lendários em Rampart of the Ram’s Head e Stalagmite, Bastion of Isenloft que também o ajudam ter uma defesa tão boa quanto a do Oldhim, complementado pelo acesso a ataques maiores do que o Papai Noel para buscar com seus Awakening na forma de Crippling Crush, que, com a habilidade do próprio herói, pode receber Dominate, +2 e Go Again, e aí temos uma sinergia muito forte.
Por mais que a lista de Michael Hamilton, que venceu o Calling Indianapolis, não possuía nenhuma cópia de Awakening, a mera existência da carta e a possibilidade do Starvo ter ela na mão depois de um turno de pivot seu já era o suficiente para fazer seus oponentes jogarem diferente. Awakening, então, está banida.
Bloodsheath Skeleta
Bloodsheath Skeleta é uma daquelas cartas que, só de ler o efeito, a primeira coisa que todos pensam é: deve ter um jeito de quebrar isso, e foi exatamente o que foi feito. Por mais que o Viserai, Rune Blood já tivesse acesso à Skeleta com Sonata Arcanix por muito tempo, foi só ao final de Tales of Aria que essa combinação começou a aparecer de forma mais séria no cenário competitivo.
O plano de criar vários Runechant e então usar a Bloodsheath Skeleta junto de um Sonata Arcanix para comprar mais de 5 cartas e fazer um turno imenso que, se não ganha o jogo na hora, dá uma vantagem quase impossível de recuperar para o Viserai, já é antigo, o que faltava era... eram várias coisas.
Com o lançamento de Everfest, porém, o Runeblade ganhou acesso a várias peças interessantes que complementaram as “falhas” do deck: consistência e power level. O Viserai sempre teve acesso ao plano de defender por 10 turnos enquanto faz 20 ou mais Runechant, o problema era viver esses 10 turnos em um meta cheio de on-hit effects da Briar, Warden of Thorns, por exemplo, e, mesmo sobrevivendo, se, no turno da Skeleta + Sonata, ele não tivesse cartas o suficiente para causar os 40 de dano por cima da defesa do oponente, acabava morrendo na praia igualmente.
Vindo Everfest, então, os Runeblades ganharam vários presentinhos, muitos deles se encaixando perfeitamente no Viserai, como a Vexing Quillhand que te deixa garantir 2 Runechant em um turno, o que podia gerar turnos de 4 cartas que dava até 30 de dano. Outro presente foi os Swarming Gloomveil, que é um alvo perfeito para um Rattle Bones, carta que antes não era tão jogada por falta de ataques bons para se recorrer.
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Ainda outro presente foi o Revel in Runeblood, que é forte em turnos de 4 cartas por si próprio, e em turnos de Bloodsheath Skeleta com Sonata Arcanix, com a ajudinha de um Mordred Tide gera 7 Runechant por si só para fazer uma Sonata digna de ovação.
Esquecidos foram os dias em que o Viserai precisava ficar na defesa por 10 turnos para fazer seu combo de Sonata Arcanix gigante. O novo Viserai tinha acesso a linhas como:
- Mão: Become the Arknight, Rune Flash (1), Swarming Gloomveil, Revel in Runeblood. 2 Runechant em campo.
- Usa Mordred Tide do Arsenal.
- Ativa a Vexing Quillhand para gerar 3 Runechant. 5 Runechant em campo.
- Become the Arknight descartando Swarming Gloomveil e buscando uma Sonata Arcanix. 7 Runechant em campo.
- Ativa a Bloodsheath Skeleta e usa a Sonata Arcanix por X=3, olhando 6 cartas. 9 Runechant em campo.
- Compra 2 ataques Azuis e um Swarming Gloomveil com a Sonata e causa 3 arcane damage.
- Ataca com um dos ataques Azuis, digamos um Shrill of Skullform (3) sem pagar nada por conta do desconto da Skeleta. 9 arcane damage dos Runechant, 5 dano físico e mais 2 Runechant em campo.
- Ativa a Spellbound Creepers dando pitch na outra Azul para jogar o Revel in Runeblood, ganhando um Action Point no processo e criando mais 7 Runechant, totalizando 9 Runechant em campo.
- Swarming Gloomveil da mão por 9 arcane damage + 4 dano físico, criando mais 2 Runechant, com Go Again.
- Finaliza com um ataque da Rosetta Thorn por mais 4 arcane damage e 2 dano físico.
- 36 de dano no total.
Linhas como essa requerem setup mínimo nos turnos anteriores, precisando só de alguns Runechant para ajudar na Sonata Arcanix e uma das cartas no Arsenal, que, nesse caso, foi o Mordred Tide, mas poderia ser outras peças como o Become the Arknight ou a Sonata Arcanix.
Ok. Já entendi. A Bloodsheath Skeleta é forte demais, mas a Sonata Arcanix é a outra metade do combo. Por que não banir ela ao invés de um equipamento?
Ao meu ver, a Bloodsheath Skeleta é a ofensora principal do combo. Seria equivalente a banir a criatura que consegue dar untap quando entra em campo ao invés do Splinter Twin, para os meus amigos de Magic. Sim, a Sonata Arcanix é a que causa o dano e compra as cartas, mas qualquer carta que tenha X em seu custo, por mais que ela tenha um efeito não muito poderoso, pode ser quebrada com a Skeleta. Banir qualquer outra peça do Viserai seria colocar um band-aid numa amputação. Para a saúde do jogo no futuro, Bloodsheath Skeleta foi banida.
Autumn’s Touch
|| 1 Autumn’s Touch (2) || 1 Autumn’s Touch (3))O último ban no arco-íris de Autumn’s Touch (1) foi o que mais me surpreendeu, pessoalmente, mas no bom sentido. O Bravo, Star of the Show, como já comentamos, tinha uma enorme consistência em seu plano agressivo, e ao mesmo tempo conseguia se segurar muito bem na defensiva. Um deck normal de Starvo sempre jogava as 9 cópias de Autumn’s Touch (1) (3 Vermelhas, 3 Amarelas e 3 Azuis), então, com esse ban, o Starvo acabou perdendo uma parcela significativa de seu deck.
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Os Autumn’s Touch (1) são bons em absolutamente TUDO que um deck como o Starvo precisa: defendem bem, servem como cartas Earth para ativar a habilidade do herói, são ataques de custo 3 para se beneficiarem da ativação da habilidade, e, como pitch, também fazem seu trabalho, principalmente nas cópias Azuis da carta.
Sem os Autumn’s Touch (1), o Starvo agora precisa colocar outras cartas, e nenhuma delas consegue preencher todos os requisitos ao mesmo tempo. Evergreen (1) e Break Ground (1) já eram jogadas nas listas tradicionais, então é natural que o desfalque seja preenchido por suas cópias Amarelas e Azuis, pelo menos à primeira vista. A diferença dessas cartas é que elas bloqueiam por 1 a menos, o que, em 9 cópias, faz uma diferença grande. Como as versões vermelhas já eram jogadas, também terá de ser substituído os Autumn’s Touch (1) pelas versões amarelas ou azuis de Evergreen (2) ou Break Ground (2), o que significa, além de -1, uma perda de -1 em três cópias.
Atacar o Starvo em sua consistência foi, na minha opinião, uma sacada genial da LSS. Impedir o Starvo de usar Oaken Old, que era uma sugestão comum, ou introduziria problemas com Errata, ou machucaria, de tabela, o Papai Noel Oldhim, Grandfather of Eternity, e, mesmo assim, deixaria o deck ainda relativamente forte, já que ele perderia apenas 3 cartas de suas 80. Com a suspensão dos Autumn’s Touch, os Starvos terão de reconsiderar suas listas, já que nenhuma carta é tão “Severino” quanto ela.
É o caso oposto da Bloodsheath Skeleta. A LSS optou por tirar da consistência do Starvo, não de seus power turns. Creio que essa tenha sido uma decisão muito legal, porque, talvez, sem os turnos de backup que o Starvo tinha acesso entre seus turnos gigantes de Oaken Old ou Spinal Crush, talvez o deck vire apenas mais um deck forte, ao invés de ser o opressor do formato. Por esses motivos, Autumn’s Touch foi suspensa em todas as cores.
Para onde vai o meta
Essa leva de bans e suspensões terá, sem dúvida, imenso impacto, tanto no Classic Constructed quanto no Blitz.
Blitz
Começando pelo Blitz, a LSS disse no artigo que tentará usar suspensões mais frequentemente para balançar o formato. Como o Blitz não possui tantos campeonatos grandes quanto o Classic Constructed, creio que essa promessa de mudanças frequentes será bem-vinda, porque ninguém gosta de jogar contra os mesmos 2 decks toda santa semana em seus Skirmishes.
O meta que antes tinha Viserai indisputavelmente no topo, com decks como Oldhim, Kano, Iyslander e Kassai, Cintari Sellsword lutando entre si pelo segundo lugar, agora poderá respirar e se reinventar com a aposentadoria do famigerado Runeblade.
Pessoalmente, vejo Oldhim como o melhor deck do formato pós-ban. Decks como Rhinar e Dash que antes usavam a Heartened Cross Strap para conseguir voar baixo e passar por cima da defesa do velhinho (ou, no caso do Rhinar, ignorar ela completamente) agora precisarão de mais tempo de setup, o que é tudo que o Papai Noel quer para criar disrupções enquanto defende muito bem os turnos menores, muitas vezes sem perder um ponto de vida sequer no processo.
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Já o Kano tomou um susto grande perdendo seus Stir the Aetherwinds (1) que era, ao meu ver, essencial para conseguir ganhar de um Oldhim preparado com, muitas vezes, 4 peças com Arcane Barrier 1 além de sua Crown of Seeds e, principalmente, seus Steadfast (1). Se ninguém for contestar o Oldhim, o Kano irá, inevitavelmente, cair em representatividade.
Dito isso, o Oldhim é longe de imparável. Como já falado, com setup, decks como Rhinar podem passar por cima dele facilmente, e o esquecido Bravo também pode voltar para a cena, já que também tem um plano defensivo bom e tendo acesso ao seu belo martelo Anothos consegue ganhar do Oldhim usando um jogo metódico.
Em conclusão, vejo Oldhim e Bravo como vencedores principais do anúncio, com decks como Kano e Chane colado atrás deles. Kano por ter um jogo bom contra o Bravo e outros decks Aggro do formato, e Chane por conseguir, por mais que muitas vezes por pouco, fechar o jogo contra os Guardians enquanto tem um match bom contra o Wizard. Menções honrosas à Briar que também consegue ter jogo contra todos os heróis listados.
Já os decks que se beneficiavam de Heartened Cross Strap terão de ter um plano mais midrange com setup em mente, tomando cuidado para não serem atropelados por antigas estrelas do Blitz como a Ira, Crimson Haze, aka. a Rainha do Midrange com sua habilidade que gera muito valor durante partidas mais demoradas.
Classic Constructed
Não é segredo que o Bravo, Star of the Show era o melhor deck do formato antes do anúncio de bans e suspensão. Mesmo a Prism, Sculptor of Arc Light não tinha um plano consistente o suficiente para vencer mais que 60% das partidas, segundo os pros, e a Prism só estava no meta por ser boa contra o Guardian.
Temos o Pro Tour New Jersey a menos de 10 dias a frente, e imagino que o Starvo será, ainda sim, bem representado após o anúncio. Com isso, creio que as Prisms também estarão lá. O Viserai, Rune Blood, por outro lado, pode ter tido suas asas cortadas com o ban da Bloodsheath Skeleta, e por isso talvez não apareça nas mesas mais altas do campeonato com tanta frequência.
Outros “vitoriosos” do anúncio incluem Lexi, Livewire, principalmente em uma lista focada em Ice por conseguir ser extremamente disruptivo aos decks Aggro, apesar de sofrer com falta de consistência em algumas mãos.
Chane, Bound by Shadow também, definitivamente, venceu com os anúncios. Como normalmente já usa Carrion Husk, a perda de Bloodsheath Skeleta não o afeta de maneira alguma, e como o herói é forte contra Prism e vendo a perda de uma peça boa na forma dos Autumn’s Touch para o Starvo, pode ter certeza que haverão Chanes sendo mostrados na cobertura do Pro Tour.
Katsu, the Wanderer é um dos decks Aggro que também estava sendo mantido em cheque pelo Bravo, Star of the Show e sua defesa boa contra break points pareados com sua ofensiva implacável. O Ninja possui pseudo-on-hit effects em todos seus ataques graças à Mask of Momentum, o que o faz ser naturalmente bom contra outros decks Aggro. Talvez as perdas do Starvo não sejam suficientes para fazer com que o Katsu brilhe muito, mas, definitivamente, ajudará.
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A Prism, Sculptor of Arc Light, como já comentei, ainda aparecerá, visto que tem uma match extremamente boa contra Starvos que não entendem muito bem da dinâmica da partida, mas com a ascensão de outros decks Aggro como o Katsu, Chane e até Briar, se ela pretende ter jogo contra seus competidores, muitas coisas terão que mudar na lista da temporada passada.
As auras de custo 0 como Haze Bending e Passing Mirage defendem mal, e, sozinhas, não geram valor o suficiente para fazer com que os oponentes sejam forçados a atacá-las. Essas auras apareceram nas listas para mirar nos Guardians do formato, onde realmente brilham já que eles não possuem muitos ataques com Go Again. O deckbuilding da Prism é, sem dúvida, um dos mais difíceis de ser feito antes de saber exatamente o que acontecerá no novo Meta, já que muitas auras são boas contra Guardians e ruins contra Aggro, e seus Heralds como o Herald of Triumph (1) são bons contra Aggro, mas deixam a desejar contra Guardians cheios de ataques que destroem Phantasm.
Finalmente, hora do Bravo, Star of the Show. O deck ainda é extremamente forte, se menos consistente. Nos resta saber se as mudanças serão o suficiente para pelo menos deixar os decks Aggro aparecem no Meta de maneira significativa, que, por consequência, faria as Prisms ficarem um pouco de fora da brincadeira.
De qualquer forma, as mudanças, sem dúvida, deixaram o Meta mais aberto. Alguns outros “dark horses” que poderão aparecer é a versão original do Bravo, Bravo, Showstopper, que possui jogo contra sua versão do Carnaval enquanto também apresenta on-hit effects bem disruptivos contra os decks Aggro. Na mesma veia, Oldhim, Grandfather of Eternity possui matches boas contra todos os Aggros, sendo Chane um dos mais técnicos e difíceis de se navegar.
No topo, porém, acho que veremos muitos Chane, Bound by Shadow, muitos Starvos e alguma parcela de Prism, Sculptor of Arc Light, com o Katsu, the Wanderer e a Briar, Warden of Thorns logo atrás deles, podendo também levar o Pro Tour caso a chuva caia no lugar certo.
Conclusão
Conforme o Flesh and Blood cresce, aumenta também o nível de competição. No Pro Tour: New Jersey, veremos jogadores de várias partes do mundo competindo no Classic Constructed para ver quem leva o título de primeiro campeão do Pro Tour.
Com apenas 3 semanas antes do evento, o anúncio balançou o formato e fez com que muitos times voltassem para o quadro para reavaliar qual deck melhor atacará o Meta presente no grande evento.
Espero ter ajudado, de alguma forma, a elucidar o porquê dos bans e torço para que minhas previsões se realizem. E você? O que achou do anúncio?
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