Introdução
Eu pessoalmente tenho que admitir que nunca pensei que um dia escreveria esse artigo. Eu procuro sempre trazer heróis relevantes no meta, de coleções novas ou mais populares, mas na história do Flesh and Blood vimos alguns casos de heróis que eram bem ruins virando um dos melhores do jogo com o devido suporte. E hoje estamos aqui para falar do herói que teve uma mudança “quase” drástica: Data Doll MKII!
Eu amo essa heroína. Desde quando comecei a montar Dash dois anos atrás, me chamava muito a atenção a habilidade da robô de “trapacear” itens, mas à época (estamos falando de 2022, começo de 2023) ela era um deck bem ruim, já que as cartas com boost eram bem custosas e ela não tinha jeitos de se proteger de dano ou finalizar jogo. Porém, hoje as coisas estão bem diferentes - principalmente após o Armory Deck da Dash I/O.
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Então vamos comentar sobre a Inteligência Artificial mais amada (ou odiada) do Flesh and Blood.
3 de intelecto e a habilidade
Existem diversas maneiras de se balancear um herói específico para compensar uma “injustiça” que ele faça, e isso pode vir através de uma vida menor (como Kano ou Iyslander), uma restrição no deckbuild (que é o caso de Kayo) ou até mesmo as duas situações (como Emperor, Dracai of Aesir). Mas Data Doll MKII é o único herói do jogo que tem seu balanceamento pelo intelecto: ao invés de 4 de intelecto, ela possui somente 3 - ou seja, no fim do seu turno você compra somente 3 cartas - isso significa menos cartas para bloquear, dar pitch ou jogar.
Por conta disso, a heroína exige diversos itens para tirar melhor proveito da sua habilidade. Mas se Dash, Database pode sofrer com uma mão com dois a três itens, o que dizer de um herói que é suscetível ao mesmo problema e com menos cartas na mão?
Por muito tempo, Data Doll foi bem ruim: os itens não eram particularmente tão bons que justificassem você querer colocá-los em campo, não existiam tantas cartas com boost de baixo custo e poucos itens eram defensivos. Isso a deixou no esquecimento do Blitz, sendo até então Dash a única heroína mechanologist verdadeiramente jogável no formato.
Porém, Bright Lights trouxe um novo arsenal de itens e novos ataques com Boost. A coleção revolucionou a heroína e cobriu boa parte de suas falhas: ataques com Boost mais baratos (de custo 0 ou 1 especificamente), itens bem mais agressivos e defensivos, além de uma nova suíte de equipamentos que a tornava mais defensiva.
O deck teve um salto, porém logo ela deu alguns passos para trás. Com Dash atingindo o status de Living Legend, a heroína perdeu Teklo Plasma Pistol e também todo o conjunto Induction Chamber (1) e Plasma Purifier (1), perdendo assim seu potencial e sua principal condição de vitória contra fadiga.
Mas com o mais recente Armory Deck, a heroína volta ao cenário competitivo (precisando até mesmo de um banimento).
O deck
Essa lista é idêntica à que realizou TOP 4 no Battle Hardened: Florence pilotado por Thomas Preyer, com apenas uma mudança de carta por gosto pessoal.
Antes de explicar qualquer carta, é importante entender que a habilidade da heroína observa se um item foi banido do deck, não importando como - logo, Boost não será a única maneira de colocarmos itens em campo.
A maneira mais fácil de explicar o deck é fazer uma divisão em duas partes: Ataques e Itens.
Itens
Cada item no deck necessita gerar algum valor quando está em campo e, assim como as auras Illusionist, cada um deles te ajuda não só prevenindo dano, como ameaçando mais dano ou tornando seus ataques mais ameaçadores.
Nosso conjunto de shields nos ajudam a mitigar dano sem necessariamente perder cartas da mão e/ou equipamentos. Dissolving Shield (1) é excelente para parar pequenos danos como as Auras de Prism ou Aether Ashwing e Dissipation Shield (2) já segura danos mais altos e pode prevenir danos mais chatos como arcano.
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Os ataques não são tão poderosos e possuem poderes baixos, por conta disso precisamos de itens que ameacem mais dano e ajudem a finalizar o jogo.
Enquanto Teklo Pounder (3) e Penetration Script (2) ajudam a crescer o poder de um ataque, Boom Grenade (1) dá um efeito on-hit até para os ataques menos poderosos da lista, fazendo o oponente bloquear de maneira muito ineficiente ou até mesmo tome um dano bem alto. Graças a esse item, qualquer ataque ameaça pelo menos sete de dano.
Mas diversos desses itens têm uma coisa em comum que ajuda na dinâmica do deck todo: Crank.
Itens com Crank significa que, quando eles entram em campo, você pode tirar um Steam Counter desse item e, se assim o fizer, você receberá um Action Point. Note que quando os itens entram em campo pela habilidade da heroína você não consome o seu Action Point do turno, logo você consegue ganhar diversos desses pontos em seu turno. Discutiremos mais adiante qual a utilidade disso.
Como ativamos quase todo turno a habilidade de Teklo Foundry Heart (falaremos dela mais adiante), podemos acabar finalizando o turno com recursos demais, e Backup Protocol: RED (1) está aqui justamente para transformar esses recursos em um ataque. Esse item também é ótimo quando temos uma mão só de itens - salvando assim um turno que seria bem medíocre.
Optekal Monocle (3) não tem nada de muito especial, mas a possibilidade de dar Opt possibilita arrumar o topo do deck e banir o que bem desejarmos.
A especialização Micro-processor (3) é o melhor item do deck e o que faz toda a engrenagem da heroína funcionar. Seus modos são exatamente o que ela quer fazer no turno: arrumar sua mão, arrumar o topo ou banir o topo. Apesar de não recuperarmos o Action Point após realizar um segundo modo, a quantidade de Action Points que geramos possibilita até ativarmos todos os modos em um único turno.
Esse item é tão poderoso que, quanto mais cedo o fizermos, mais fácil e mais fluido o jogo será para nós.
E por último, Cerebellum Processor é a grande estrela do Armory Deck: Dash I/O e revolucionou a heroína no Classic Constructed, mas não foi só ela que fez um uso excelente do item. Graças a ele, Data Doll pode mitigar seu intelecto reduzido comprando uma carta e tornar o turno mais agressivo ainda. Além disso, ter Crank já possibilita a compra dessa carta sem você encerrar seu turno por falta de Action Point
Ataques
Por conta de um intelecto reduzido, não podemos utilizar cartas muito pesadas na heroína: nada de Throttle (1) ou Maximum Velocity (1). Aqui teremos uma seleção de ataques de custo zero ou um, mas precisamos pegar os melhores que compactuam entre agressão e o plano do deck.
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No custo zero temos os ataques mais eficientes possíveis que a classe pode oferecer: Zero to Sixty (1) com poder quatro, Sprocket Rocket (1) com poder quatro situacional (que não é difícil de cumprir o requisito) e, apesar de Data Link (1) não ameaçar quatro, seu efeito on-hit é muito desejado para a heroína.
Outra excelente adição do Armory Deck foi Fast and Furious. Além de também ser um “zero para quatro” ele possui um efeito muito bom ao ser banido por Boost. Alguns itens que queremos manter no campo por muito tempo como Penetration Script (2) e Boom Grenade (1) tiram bastante proveito do efeito do ataque.
Os ataques de custo um visam dar mais consistência de dano para o deck. A maioria deles possuem os mesmos efeitos dos ataques de custo zero (como ganhar mais um de poder ou dar Opt 1), mas Fender Bender (1) e Out Pace (1) podem fazer um excelente trabalho em dar disrupção em partidas onde o equipamento pode atrapalhar nossos planos como Guardians e Warriors.
Também temos alguns itens no inventário para enfrentar partidas específicas. Convection Amplifier (1), Fuel Injector (3), Stasis Cell (3) e Polarity Reversal Script (1) para partidas que o oponente pode tentar nos fadigar e Dissolution Sphere (2) contra heróis que “pingam” um de dano como Prism, Dromai e Aurora.
Equipamentos
Antigamente a robô tinha um conjunto bem menos potente de equipamentos, mas graças ao Armory Deck ela ganhou um conjunto bem mais interessante.
Teklo Foundry Heart é obrigatório na heroína e dificilmente tem um substituto à altura. Como nós banimos para gerar o recurso, os itens banidos entram imediatamente em campo, tirando muito valor do equipamento - além, é claro, do seu Battleworn dois. Um equipamento estampado em quase todos os heróis Mechanologist.
Apesar de não usarmos a Action de Adaptive Plating e sempre equiparmos ela como Arms, um deck cheio de itens e diversos deles com Crank é quase certeiro que esse equipamento bloqueará três de dano. Em uma situação onde temos já um Cerebellum/Grenade/Penetration sem marcador, o equipamento brilha defensivamente, e para uma heroína que não possui interesse em bloquear com cartas na mão isso é essencial.
O conjunto de Heavy Industry deu um salto nos equipamentos. Como ambos exigem banir cartas do deck, conseguimos acelerar mais ainda, encontrar itens e colocá-los em campo o mais rápido possível.
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Enquanto Heavy Industry Surveillance bane cartas no turno do oponente, Heavy Industry Gear Shift opera idêntico à Achilles Accelerator, mas não exige o Boost e ainda pode colocar itens no campo. Ganhar mais Action Points ajuda tanto a descer itens da mão sem perder o turno quanto a fazer mais modos de Micro-processor (3).
Talishar está aqui mais pela falta de uma arma melhor. Sem Teklo Plasma Pistol e armas que conversem com a estratégia da heroína, a arma genérica acaba sendo a melhor escolha por ser agressiva. Sua desvantagem de quebrar após três usos não é tão ruim - uma vez que os jogos dificilmente chegarão a esse ponto.
Ainda no inventário, vamos utilizar um conjunto de AB 3 em Viziertronic Model i e Adaptive Dissolver (equipando como Arms). Eles estão especificamente para o AB 3 e não vamos fazer uso de suas habilidades.
Dicas com o deck
Apesar de ser um deck agressivo, Data Doll possui suas peculiaridades e algumas linhas não tão intuitivas.
- Um turno comum é realizar um ataque com Boost, ativar a Teklo Foundry Heart e realizar outro Boost ou colocar um item da mão em campo;
- Em uma mão só com itens, procure defender com os equipamentos e tentar descer todos os itens da sua mão;
- Micro-processor (3) é um item fundamental. Priorize colocá-lo em campo o mais rápido possível;
- Utilize Heavy Industry Gear Shift para acelerar os itens em campo se sentir que precisa achá-los rápido;
- Não é necessário dar Crank toda vez que um item entra em campo. Utilize em casos em que você quer ativar todas as habilidades de Micro-processor (3) ou comprar uma carta com Cerebellum Processor;
- Evite dar crank em itens que você precisa para causar dano, como Penetration Script (2) e Boom Grenade (1).
Conclusão
Depois de muito tempo sendo motivo de piada na comunidade, finalmente Data Doll MKII agora mostra do que é capaz no Blitz. Apesar das suas claras fraquezas de um intelecto menor e a possibilidade de uma mão que não bloqueia, a robô é capaz de passar por cima de tudo isso e saiu de seu status de um dos piores decks do Blitz para se tornar o deck a ser combatido.
Mesmo com um item banido (Hadron Collider (1)), ela se mostra como um dos melhores decks agressivos do formato e uma excelente opção para a temporada de Skirmish. Se você gosta de decks rápidos, com sinergia e pequenos quebra-cabeças para resolver, talvez Data Doll seja sua próxima escolha.
Obrigado por ler até aqui e até a próxima!
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