Introdução
Após aprendermos alguns conceitos mais avançados de Flesh and Blood em outros artigos, como Arsenal, Equipamentos e o guia sobre Valor e Ciclo do Turno, ainda temos mais um muito importante, mas que iniciantes não prestam tanta atenção - apesar de ser um fator bem determinante em uma partida: o Pitch Stacking!
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Então no artigo de hoje vamos olhar com mais afinco e como ele pode ser determinante para o fim de uma partida.
Se você é iniciante ou busca se aprofundar mais no jogo, recomendo que leia os artigos anteriores para entender melhor os conceitos.
O que é o Pitch stack?
Algo como “Pilha de Pitch” em português, Pitch Stack é o termo utilizado como organizamos nossas cartas que utilizamos como pitch e irão para o fundo do deck, mas como isso de fato impacta no jogo?
Por conta da mecânica do jogo, ocasionalmente começaremos a comprar as cartas em que utilizamos como pitch mais cedo no jogo. A esse momento do jogo chamamos de segundo ciclo, onde começaremos a ver essas cartas novamente.
Intuitivamente, o segundo ciclo é mais fraco que o primeiro: não temos mais as cartas vermelhas (que são as principais ferramentas de vitórias dos decks), diversas cartas azuis são ruins de ser jogadas da mão e o deck acaba perdendo o gás. Por conta disso, em uma partida, devemos pensar o quão importante é o segundo ciclo para o atual jogo e o quão determinante ele é para a vitória.
Se importando com o segundo ciclo
Alguns decks pouco se importam com o segundo ciclo, seja porque sua estratégia dificilmente abre margem para chegar até esse ponto do jogo ou porque o deck possui muitos jeitos de se embaralhar - fazendo com que seja quase impossível fazer uma pitch stack.
Um exemplo desses casos é Katsu, the Wanderer. Sua habilidade permite tutorar uma carta com combo, logo o deck irá se embaralhar e não conseguiremos fazer o pitch stack. Prism, Awakener of Sol também se aplica a essa estratégia.
Porém, em outros decks o segundo ciclo pode ser determinante para finalizar o jogo. Em uma partida de, por exemplo, Bravo, Showstopper e Victor Goldmane, High and Mighty - dois decks bem defensivos -, se preparar para um segundo ciclo com cartas como Pummel (1) e Macho Grande (3) pode ser determinante para a vitória.
Vamos ilustrar de como jogar para o segundo ciclo vamos falar de um dos heróis que melhor faz isso: Teklovossen, Esteemed Magnate.
Dando pitch em cartas relevantes
Por conta do ciclo de Evo Steel Soul (como Evo Steel Soul Memory (3) por exemplo) custar quatro, não conseguimos equipá-los com somente uma azul, necessitando também de uma vermelha (ou amarela, mas o deck não as utiliza tanto assim). Além disso, o plano do deck envolve jogar Singularity e finalizar o jogo com o Demi-hero.
Vamos supor a seguinte mão de quatro cartas:
Nessa mão queremos equipar Evo Steel Soul Memory (3), para isso precisamos dar pitch em nossa única outra azul (Junkyard Dogg (3)) e uma vermelha - mas quais das vermelhas dar pitch?
O nosso objetivo de fazer o equipamento não tem tanta importância essa escolha, mas estamos pensando no segundo ciclo, e nele comprar Terminator Tank (1) é muito melhor que Scrap Trader (1) - uma vez que a Attack Action terá todo seu potencial e todos os seus modos ativos.
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Mas não só temos que pensar nas vermelhas. Vamos a outro exemplo:
É interessante, no nosso turno, jogar Junkyard Dogg (1) e, se possível, fazer a habilidade de scrap para termos um Evo na banish, então vamos jogá-lo, mas com qual carta vamos dar pitch?
Na prática e no momento imediato, tanto faz utilizar Mechanical Strength (3) ou Scrap Compactor (3) para pagar os custos. No entantom estamos pensando no segundo ciclo. Em um estado de jogo mais tardio, onde já teremos Teklovossen, the Mechropotent, Mechanical Strength (3) será muito mais forte por ser uma azul custo três, sete de poder e go again, enquanto que Scrap Compactor (3) não fará nada de útil ao atacar.
Ter cartas fortes no segundo turno é a chave nesses decks que se importam com esse momento de jogo.
Monitorando o segundo ciclo
Agora chegamos na parte mais complexa deste artigo e que exige bastante prática. Em alguns decks não só basta colocarmos determinadas cartas para o segundo ciclo, também é de grande importância saber quais cartas foram colocadas e a ordem que elas se encontram no deck.
Contando o deck
Antes de sabermos em que ordem as cartas estão, precisamos saber em quantos turnos chegaremos no segundo ciclo e quando chegamos nele.
Uma das maneiras mais fáceis de saber quando estamos no segundo ciclo é quando vemos a primeira carta utilizada para pitch do seu jogo. Por exemplo: um Bravo, Showstopper jogou Spinal Crush (1) dando pitch em um Cranial Crush (3) e um Star Struck (2). Ao colocarmos as cartas em ordem para o fundo do deck colocamos, primeiro, Star Struck (2) e depois a azul. Memorizando que a primeira carta do seu segundo ciclo é Star Struck (2) quando a encontrarmos novamente após vermos a outras duas cópias (considerando que há três cópias dessa carta no seu deck), saberemos que estamos no segundo ciclo.
Agora para saber a distância entre seu deck e o segundo ciclo é necessária uma certa contagem. Por via de regra não é permitida qualquer tipo de anotação durante um jogo (a não ser a vida), então não podemos anotar número do turno atual, quantas cartas demos pitch ou algo parecido, então esse exercício é completamente mental.
Primeiro conte quantas cartas você deu pitch no jogo. Se no primeiro turno foram utilizadas duas cartas para pitch e, no segundo, três cartas, você deve ter memorizado o número cinco. Com isso em mente basta fazer a seguinte conta para saber a distância:
Distância do segundo ciclo = Tamanho do seu deck no momento - Número memorizado.
Logo, se sua conta está em vinte cartas e seu deck está com trinta, você está a dez cartas de distância do segundo ciclo. E para saber a quantidade de turnos em que você chegará no segundo ciclo basta descobrir essa distância e dividir pelo intelecto do seu herói (que geralmente é quatro).
Memorizando o segundo ciclo
A maioria dos decks não se importa em saber exatamente a ordem das cartas - no entanto, durante o jogo, é importante ter uma noção de como as cartas estão sendo colocadas no fundo para que não se compre, por exemplo, uma mão só com vermelhas no segundo ciclo.
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Um exemplo no formato Commoner: se o seu herói é Iyslander e você deu pitch em um Aether Icevein (1), é importante tentar colocar junto a ele uma carta azul do tipo Ice para tirar seu maior proveito, ou ainda se você está dando pitch em um Sink Below (1), evite colocar outra carta vermelha junta para que você não tenha uma mão travada no segundo ciclo.
Porém, em alguns decks é de extrema importância saber exatamente a ordem em que estão as cartas. Esses decks são principalmente os combos (que procuram jogar uma sequência específica de cartas para ganhar o jogo), e o exemplo mais extremo disso no Flesh and Blood é Kano, Dracai of Aether.
Se você joga Flesh and Blood a algum tempo, sabe que Kano procura ganhar o jogo através de dano arcano e que ele tentará fazer o combo no turno do oponente.
Não cabe aqui explicar como jogar de Kano e como fazer seu pitch stacking, o importante é saber que ele deseja maximizar Aether Wildfire (1) jogando várias cartas através de sua habilidade e finalizar o jogo com sua especialização Blazing Aether (1), porém em jogos mais lentos um jogador de Kano deve saber exatamente a ordem de suas cartas para que esse combo não venha a falhar por comprar mal ou por revelar uma carta ruim através da habilidade.
Então em partidas que o segundo ciclo será importante - contra Guardians, por exemplo, que costumam subir um número considerável de Arcane Barrier e prevenção de dano como Oasis Respite (1), o jogador de Kano deve memorizar essa sequência. Há diversas maneiras de se fazer isso, uma delas é através do palácio mental.
O palácio mental, em resumo, envolve criar em sua mente um lugar onde você possa guardar objetos e traçar um caminho, assim quando você entra em seu palácio você dispões um objeto (ou alguma representação) em algum lugar, logo toda vez que você revisitar seu palácio, ele estará disposto com a sequência que deseja memorizar.
Esse método exige prática e adaptação de cada um, e também não é o único. Por isso, recomendo que busquem outras técnicas ou procurem se aprofundar na técnica do palácio mental. Memorizar a pitch stacking pode ser a diferença entre bons jogadores e excelentes jogadores.
Também é importante salientar que cartas que vão para baixo do deck através de efeitos como Sink Below (1) também devem ser memorizadas na Pitch Stacking.
Conclusão
De todos os conceitos vistos até aqui, Pitch Stacking é o que eu considero mais difícil de ter pleno domínio e entendimento, mas também é um dos conceitos mais importantes.
Saber jogar pensando no segundo ciclo é uma peça essencial para vários decks, por isso procure estratégias de memorização em decks mais complexos, mas alguns outros veja quais as melhores cartas no fim de jogo e finalizar o oponente sem perder o gás.
Obrigado por ler até aqui e até a próxima.
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