Flesh and Blood

Review

A Lista de Banidas e o Sistema de Living Legends em FAB

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No artigo de hoje, trago a lista de banidas do jogo, explicando o motivo das cartas estarem nessa lista, e também o sistema de Living Legends e como ele afeta o jogo.

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revisado por Joey Sticks

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Introdução

Em diversos jogos, sejam físicos ou virtuais, ocasionalmente algum desbalanceamento ocorre devido a uma série de fatores: falta de testes dos desenvolvedores, oportunidade de sistemas mais antigos do jogo abraçarem uma nova oportunidade, uma mecânica nova que interage de maneira não previsível, entre outros fatores.

Em jogos digitais, esses problemas podem ser resolvidos com nerfs (quando o poder de algo é diminuído de maneira direta ou indireta), porém fazer isso no físico é mais difícil. Em jogos TCGs que possuem contínuas entradas de novas cartas, às vezes também são necessários ajustes para balancear o jogo, e esse balanceamento ocorre através dos banimentos.

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Banir uma carta significa que você não pode usá-la mais no seu deck, mas quando pegamos a lista dessas cartas, algumas parecem inofensivas para um banimento, então, por que elas estão aqui? É nesse ponto que vou tratar hoje em Flesh and Blood!

O Sistema de Living Legends

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Antes de tratar da lista de banidas em si, gostaria de tratar de um sistema que não vi em nenhum outro card game que permite a rotação e renovações de metagames sem a necessidade de banimentos: o sistema de Living Legends (LL).

O sistema em si é bem simples: quando o deck de um herói consegue altas classificações em torneios, ele ganha determinada quantidade de pontos e, após atingir certa quantidade (1000 para o Classic Constructed e 500 para o Blitz), o herói recebe o status de Living Legend juntamente com sua arma de assinatura (ele teve tantas vitórias que se torna uma lenda viva). Isso significa, na prática, que qualquer herói com esse status não pode ser utilizado em torneios oficiais.

Há quem seja a favor e quem seja contra esse sistema, mas o fato é de que ele possibilita medir o quão forte um herói é e, caso seu power level esteja fora da curva, ele atingirá o status de LL rapidamente e sairá do formato.

Atualmente, três heróis possuem esse status no Classic Constructed: Bravo, Star of the Show, Chane, Bound by Shadow (e sua arma Galaxxi Black) e Prism, Sculptor of Arc Light (e sua arma Luminaris) e somente um está com esse status no Blitz: Viserai (e sua arma Nebula Blade).

Não há muito o que comentar acerca destes campeões, uma vez que todos eles se mostraram fortes em seus respectivos metas e formatos, porém um se destaca por possuir uma quantidade significativa de pontos.

Menção honrosa: Bravo, Star of the Show

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Bravo, Star of the Show é de longe o herói mais forte já lançado no jogo. O herói era munido de fortes cartas de ataque (uma vez que é o que naturalmente um Guardian possui) porém, com o leque de cartas elementais. Bravo podia se utilizar do controle que um Oldhim, Grandfather of Eternity oferecia juntamente com a agressividade de Briar, Warden of Thorns e mais algumas exclusividades de Lexi, Livewire - tornando o herói extremamente flexível. Além da possibilidade de utilizar também armas e equipamentos que eram restritos aos talentos.

Bravo era tão forte que atingiu o status de LL com 1582 pontos. Isso significa que ele venceu e pegou classificações em tantos torneios simultaneamente que ultrapassou (e muito) a pontuação necessária.

A Lista de Banidas

Antes de apresentar a lista de banidas, gostaria de fazer alguns comentários. Não vou comentar sobre cartas que já foram banidas e hoje não são mais. Todas as justificativas aqui apresentadas são as utilizadas pela empresa.

Além das cartas banidas, a lista também possui cartas suspensas. Na prática, essa nomenclatura não muda o fato que você não pode utilizar nenhuma delas, porém é importante ressaltar suas diferenças. Dizer que uma carta está banida significa que ela possui um power level muito grande e que sua existência desequilibra o jogo, enquanto uma carta suspensa não é necessariamente uma carta problemática para o jogo como um todo, mas em determinados heróis ou estratégias elas podem apresentar problemas. Ainda quando dizemos que uma carta é suspensa, também é um indicativo que ela pode voltar ao formato em uma futura atualização da lista, ou se ela for realmente problemática ser banida definitivamente.

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É importante lembrar que quando uma carta é banida ou suspensa, qualquer uma de suas cores passam a ser inválidas no jogo, logo não se bane somente uma cor.

Para escrever esse artigo, estou utilizando a última lista de banidas dos formatos (a do dia 06/01/2023).

Classic Constructed

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Se considerarmos que o Classic Constructed abrange todas as cartas válidas em torneio desde a primeira coleção do jogo, o formato possui uma lista de banidas bem pequena - possuindo apenas sete cartas banidas e uma suspensa.

— > Awakening: A carta se mostrou problemática em decks de guardians - especificamente Bravo, Star of the Show e Oldhim, Grandfather of Eternity por garantir turnos extremamente explosivos sem necessariamente possuir muitas cartas na mão e por um custo baixo. Além de possibilitar uma criação insana de Seismic Surge, você ainda podia tutorar cartas de custo menor ou igual ao número de fichas criadas. Por dois recursos, era possível fazer isso no turno do oponente, tutorar ataques fortíssimos como Spinal Crush ou Pulverize e jogar esse ataque completamente de graça. Na prática, você utilizava ataques caríssimos e/ou que eram perfeitos para o momento do jogo pagando apenas dois recursos.

— > Ball Lightning (1): o ataque era uma das cartas mais forte nos decks de Briar, Warden of Thorns por diversas razões. Além de possuir o talento de Lightning (que ativa os efeitos de outras cartas que utilizam a mecânica de Fused) o ataque era barato, tinha go again e ainda potencializava a agressão dos ataques consecutivos, fazendo com que Briar, Warden of Thorns fosse um dos melhores decks agressivos do formato. Bani-la possibilitou que outros decks agressivos pudessem entrar no meta.

— > Drone of brutality (1): essa carta ignora um conceito fundamental do jogo na visão dos desenvolvedores: o dilema de bloquear ou atacar. A dinâmica de Flesh and Blood se dá quando nos perguntamos o que fazer quando o oponente nos coloca uma ameaça na mesa. Será que utilizo as cartas na minha mão para bloquear ou segurar alguma carta porque ela é essencial para o meu próximo turno? A beleza do jogo está nessas tomadas de decisões, e Drone of brutality (1) simplesmente não se importava com elas. Bastava sempre bloquear com ele e, eventualmente, a carta por si só ganharia o jogo.

— > Duskblade: a arma é, assumidamente, um erro de design. Ela foi colocada em Tales of Aria por uma questão de história para fazer contraparte a sua versão da luz Dawnblade, porém sem os devidos testes. Ao contrário da versão da luz, Duskblade não exige uma condição difícil para ganhar um marcador, fazendo com que quanto mais o jogo se estendesse, maior em poder a arma ficava. Isso acabou se tornando um pesadelo para qualquer deck controle que não conseguia estabelecer uma pressão no começo de jogo ou ganhar rapidamente antes que a arma se tornasse monstruosa.

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— > Plunder Run (1): em uma primeira análise, Plunder Run (1) parece ser uma carta até que "OK" e possui um papel muito simples, porém seu problema está em tanto transformar qualquer ataque em um Snatch (1) quanto poder potencializar o poder desse ataque pelo custo zero. Somado a isso, a carta ainda se potencializa quando possui suporte de demais cartas que crescem o poder também - colocando o adversário na posição de precisar defender com absolutamente tudo para o menor dano possível.

— > Pulse of Isenloft: ela não é uma carta opressora e tampouco problemática se compararmos com as demais da lista. Seu banimento se deu somente como uma tentativa para baixar as taxas de vitória que Oldhim, Grandfather of Eternity vinha apresentando. A carta em si não era a principal do deck e tampouco a mais essencial, porém por possuir os talentos de Ice e Earth, ela possibilitava ativar os dois efeitos da habilidade do herói somente com seu pitch e também, sozinha, cumprir os requisitos de Fused de Oaken Old. Seu banimento se deu somente por uma questão de manutenção do formato.

— > Stubby Hammerers: o equipamento de mão já era muito forte em listas de ninja, porém esse poder atingiu seu limite nas listas de Fai, Rising Rebellion, fazendo com que o deck atingisse um poder de fogo muito alto em pouco tempo de jogo, (principalmente contra decks que não possuem ferramentas para combater esse poder de fogo). Esse banimento serviu para diminuir um pouco desse poder e fazer as partidas durarem mais.

— > Bloodsheath Skeleta (suspensa): o equipamento é bastante poderoso, mas seu poder está além do que ela faz por si só. Ele combinado com Sonata Arcanix tornava Viserai, Rune Blood um controle opressor para demais decks agressivos. Bastava somente acumular muitas fichas de Runechant para assim combar com a Action de Runeblade - dando assim 20 ou até mais dano arcano de uma só vez. Por conta dessa estratégia (e outras mais) funcionarem muito bem com a habilidade do herói, o equipamento foi suspenso.

Blitz

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O Blitz possui diversas cartas banidas que também estão em comum no Classic Constructed, por isso não irei me estender na explicação destas - uma vez que os motivos do banimento são praticamente os mesmos. São elas Awakening, Ball Lightning (1), Bloodsheath Skeleta (esta sendo banida, não suspensa), Drone of Brutality (1), Duskblade e Stubby Hammerers.

Outro fato interessante de se notar é a lista ser mais extensa que no Classic Constructed. Isso se deve tanto pela natureza mais rápida do formato quanto o design das cartas, que são mais pensadas para o formato dos heróis adultos.

— > Aether Wildfire: decks combo no Blitz, de maneira geral, ou são muito rápidos em combar (tornando-os um dos decks mais fortes do formato) ou são muito lentos (sendo assim muito fracos) e Kano sempre está patinando entre essas posições. Em outrora, seu equipamento lendário Storm Striders foi banido do formato - tornando o herói muito fraco. Para então colocar o mago de volta, o equipamento foi desbanido, porém se bane Aether Wildfire para evitar que combos muito rápidos ocorram.

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— > Heartened Cross Strap: o motivo do banimento desse equipamento é bem simples: ele possibilitava combos de OTK (combos que ganham em somente um turno de maneira repentina) para diversos decks, principalmente Rhinar, e fazia as partidas acabarem muito rápido.

— > Mask of the Pouncing Lynx: o equipamento utilizado em decks de ninja possibilita tutorar um do seu deck - dando um ataque a mais para poder ser utilizado. O equipamento apresentava problemas idênticos com Awakening (dada as devidas proporções), porém em forma de equipamento (podendo fazer isso desde o seu primeiro turno).

— > Snapback (1) e Stir the Aetherwinds (1): as duas foram banidas juntas e pelo mesmo motivo: frear o alto desempenho e taxa de vitórias de Kano e Iyslander. Essas cartas davam um alto dano por um custo baixo, o que é um problema no Blitz, uma vez que a vida dos heróis é menor.

— > Aether Icevein (1) e Hypothermia (suspensas): as duas cartas foram suspensas graças ao alto desempenho que Iyslander vinha apresentando. Enquanto Aether Icevein (1) gerava um altíssimo valor para a heroína, Hypothermia podia ser jogada em velocidade instantânea - o que era frustrante para o oponente. Outro fator é que não há sideboard no Blitz, logo não é possível utilizar ferramentas para combater a aura.

— > Crown of Seeds (suspensa): enquanto os demais itens da lista são banidos por fazer o formato ficar rápido demais, Crown of Seeds em Oldhim faziam justamente o oposto. Com o equipamento, as partidas demoravam muito, o herói segurava muito dano e praticamente não tinha um plano de vitória em tempo hábil de partida - levando o jogo a um empate. Além disso, o herói vinha tendo um alto desempenho e era necessário um ajuste para diminuir toda essa força do deck.

— > Seeds of Agony (1) (suspensa): essa ação foi um erro de design por parte da empresa pela falta de testes - principalmente dada pela pandemia de Covid 19. A carta por si só é muito forte, mas traz para Chane uma estratégia que ultrapassa o limite aceitável. Ela pode ser jogada da zona de banimento e melhorava sua próxima carta de ataque, o que fazia Chane ser o melhor deck agressivo da época. Seeds of Agony (1) já era banida no Classic Constructed (e retornou quando Chane, Bound by Shadow atingiu o status de LL), e no Blitz está suspensa enquanto Chane ainda for válido.

Commoner

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No Commoner, há somente duas cartas banidas: Ball Lightning (1) e Belittle (1).

Como o Commoner não é um formato testado pela empresa, os banimentos vêm de sugestões, principalmente da comunidade, e, segundo ela, ambas tornavam o formato extremamente rápido. Ball Lightning (1) já teve seus motivos apresentados e Belittle (1) se repunha com uma carta igualmente agressiva ou com um pitch azul para continuar gerando recursos para os próximos ataques.

Ultimate Pit Fight

O caso do Ultimate Pit Fight é curioso. O formato possui uma validade diferente dos demais: qualquer carta já criada no jogo pode ser utilizada, incluindo promos de juízes e de eventos (se você jogou um Armory recentemente e recebeu a promo de natal, aqui você pode utilizá-la), então o que seria banido em um formato onde absolutamente tudo é válido?

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A única carta banida somente em eventos oficiais é Yorick, Weaver of Tales. O herói em si não é poderoso e não possui um efeito opressor, ele só traz um grande problema logístico em jogos ao embaralhar todos os decks juntos e compartilhar cartas entre todos os jogadores.

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Enquanto fazer isso entre amigos, casualmente, na mesa da cozinha de casa, pode trazer uma experiência divertida e calorosa, fazer isso em um evento oficial com três desconhecidos pode trazer uma experiência desconfortável. Imagine um oponente jogar o seu Art of War Foil na mesa de maneira bruta, ou ainda, se todos os shields forem iguais, é muito fácil você acidentalmente trocar as cartas. Por esses motivos logísticos e para evitar confusões o herói é banido, porém, em jogos casuais ele pode ser utilizado sem problemas.

Conclusão

Banimentos geralmente são danosos ao jogo. Uma carta banida é ruim para empresa, que acaba tento a confiabilidade manchada, e para o jogador, que vê um investimento ir por água abaixo, porém esse mecanismo permite com que o jogo se mantenha saudável e equilibrado em todos os níveis - desde o casual até o mais competitivo. Além disso, a empresa vem tomando uma postura cautelosa de banimentos e sendo transparente no porquê determinada carta deve ser banida.

Agradeço a leitura até aqui e até a próxima.