FaB - Review dos banimentos de 15/12 e a despedida de um herói do Classic Constructed

Em um agitadíssimo final de semana, a LSS atualizou mais cedo sua lista de banidas e restritas, atingindo os principais decks do meta e prometendo uma bela mudança o metagame para os Road to Nationals em Janeiro.

As seguintes mudanças foram feitas:

Classic Constructed:

- Brand with Cinderclaw (1) está banida;

- Wrath of Retribution (1) está banida;

- Orb-Weaver Spinneret (2) em sua versão amarela e azul estão banidas;

- Chart the High Seas está banida;

- Rootbound Carapace (1) está banida;

O meta não está ruim. Desde a última lista de banimentos pouco após os nacionais, o meta vem se apresentando saudável e diverso. Estava claro que Cindra, Dracai of Retribution, Verdance, Thorn of the Rose e Gravy Bones, Shipwrecked Looter eram os melhores decks do formato, mas nenhum deles em particular se apresentava como “o melhor deck”, fazendo com que houvesse uma diversidade com outros heróis aparecendo como Oscilio, Constella Intelligence, Dash I/O, Arakni, Marionette e Kayo, Armed and Dangerous.

Porém, mesmo com quatro heróis novos em Super Slam e uma gama de novas cartas no Expansion Slot, o meta se manteve o mesmo. Isso gera uma sensação de estagnação e, até certo ponto, é “chato” por ser o mesmo formato há quase seis meses. Compendium of Rathe, a próxima coleção com lançamento em Fevereiro, promete mudar o meta por completo, mas até lá teremos uma temporada inteira de Road to Nationals. Para dar uma mudança no meta para essa temporada, a lista de banidas de hoje vem com esse propósito de uma pequena mudança.

Note que as cartas banidas não são superopressivas e nem desbalanceadas; somente são algumas peças de decks meta para equilibrar um pouco aos outros heróis, por conta disso podemos ver essas cartas serem desbanidas em um futuro não tão distante.

Dado o contexto, vamos comentar os bans!

Brand with Cinderclaw / Wrath of Retribution

Cindra, Dracai of Retribution é o melhor Aggro do formato desde o Living Legend de Aurora, Shooting Star. Nesse período, ela teve seus altos e baixos; atualmente ela ocupa essa cadeira e ninguém contesta isso. Mas o que banir de um deck onde todas suas cartas são Head Jab (1) dracônicos com efeitos diferentes?

Brand with Cinderclaw (1) não só é a única carta que Cindra utiliza mais de três cópias (em geral nas cores Vermelha e Amarela), como também ela corrige um problema no deckbuild da heroína: transformar cartas não-dracônicas em dracônicas. Isso não só ajuda a ativar a habilidade da heroína como também habilita cartas como Art of the Dragon: Fire e Art of the Dragon: Blood. Agora a heroína terá que abrir mão dessas cartas ou gerar Fealty de maneira mais consistente.

O fato de Wrath of Retribution ser Legendary já diz muito sobre o Attack. No entanto, isso não foi o suficiente para impedir a heroína de utilizá-lo de maneira consistente em todos os jogos. O Attack é o mais próximo que o deck possui de uma carta “desbalanceada”, por isso baní-lo pode tornar a heroína mais palatável de se jogar contra.

Orb-Weaver Spinneret

Arakni, Marionette vem ganhando destaque nas últimas semanas por ser uma excelente resposta contra o meta, e isso ficou bem claro após o mundial e os Callings mais recentes. Então, por que banir cartas de um deck em crescimento?

De acordo com a empresa, os dados mostram que Arakni, com os nerfs nos melhores heróis, pode acabar se tornando o melhor deck do formato não só por conta de suas taxas de vitórias, como também por ele não possuir fraquezas contra os decks menos representados no meta. Banir seis cópias de Orb-Weaver Spinneret (2) torna mais difícil a decisão de utilizar Flick Knives em uma Graphene Chelicera ou em uma Hunter’s Klaive e força o herói a utilizar outras maneiras de dar Mark no oponente.

Rootbound Carapace

Heróis Earth, principalmente Verdance, Thorn of the Rose e Florian, Rotwood Harbinger, estão fortes no meta há algum tempo. Florian representou por um bom tempo o melhor deck do formato e podemos dizer que Verdance agora ocupa um espaço parecido. Por conta disso, seria necessário banir algo que afetasse os dois decks, e a carta escolhida foi Rootbound Carapace (1).

Os dois heróis possuem o mesmo objetivo durante o jogo: fazer o Decompose para habilitar suas habilidades, no entanto, Rootbound Carapace (1) é a única carta que permite fazer o Decompose de maneira defensiva, eliminando assim qualquer necessidade de jogadas mais proativas para realizar o Decompose; seja com Felling of the Crown ou com Plow Under. Banir a Defense Reaction força os novos heróis a jogar de maneira mais proativa e acabar tomando um pouco mais de dano para atingir esse objetivo.

Chart the High Seas

Chart the High Seas não é a carta mais poderosa do Necromancer e até pode ser frustrante quando ela falha, porém, quando a carta funciona, ela se torna boa até demais: coloca um Ally no grave e ainda gera um pitch azul. Essa habilidade de dar “high roll” permite reverter totalmente as situações ruins em que o herói pode se colocar.

Isso não seria motivo suficiente para um banimento, só que a atual falta de ferramentas em lidar com Allys pode colocar Gravy Bones em uma situação favorável demais. À medida que ferramentas contra Ally saírem nas próximas coleções para as classes, a carta pode voltar ao formato.

Antes de comentarmos os impactos para o meta, um herói deixa o Classic Constructed após vencer o Battle Hardened: Vienna e atingir o status de Living Legend. Estamos falando de Kano, Dracai of Aether!

Kano foi o herói mais único que o Flesh and Blood já viu. Enquanto todos os heróis (inclusive demais Wizards) jogam com Attacks e trabalham com o conceito de Combat chain, Kano joga tudo isso fora e joga de sua própria maneira. Graças à sua habilidade e cartas como Aether Wildfire, o Wizard era o melhor conceito de Combo que o jogo já viu.

Seu jeito de jogar era tão diferente que todos os jogadores dedicavam de um a três espaços no inventário somente para enfrentar o Wizard. Ele podia não ser o herói mais forte do meta, mas a mera presença dele em um evento competitivo já deixava todos apreensivos.

Sua ida deixa diversos jogadores órfãos. Diferente de, por exemplo, jogadores de Dash, Inventor Extraordinaire que migraram para Dash I/O ou Puffin, Hightail ou jogadores de Azalea, Ace in the Hole que migraram para Riptide, Lurker of the Deep ou Marlynn, Treasure Hunter, Kano não possui heróis semelhantes. Sua maneira de jogar no turno do oponente e fazer combos em tempo de Instant refletia uma filosofia antiga do FaB que não é mais verdadeira nos dias atuais.

Apesar de muitos jogadores comemorarem a ida do Wizard, ele era o herói que mais recompensava excelentes jogadores e sempre pegava despreparados aqueles que não respeitavam sua presença.

Com tantas mudanças, vamos analisar o que esperar para a temporada de Road to Nationals.

Quem será o novo Aggro?

Com Cindra perdendo diversas cartas, a vaga de melhor Aggro ficou livre. Apesar de Kayo, Armed and Dangerous não fazer tantos resultados na temporada atual, ele pode acabar ocupando o espaço de melhor deck Aggro. O deck é completamente consistente, simples de se jogar e com um bom conjunto de Equipments para segurar demais Aggros.

Outro deck que pode acabar aparecendo é Dash I/O. Seu teto de dano elevado pode competir com demais decks - inclusive Kayo, mas seu sucesso irá depender de como estratégias mais lentas se comportarão no novo meta como Victor Goldmane, High and Mighty e Florian, Rotwood Harbinger.

Também com uma Cindra mais fraca, Oscilio, Constella Intelligence pode se tornar um dos melhores decks do formato. Seu sucesso também dependerá dos demais decks aggros que, no geral, são suas piores matchs.

Gravy Bones ainda é uma ameaça

Apesar do banimento, Gravy Bones ainda tem muitas, mas muitas ferramentas para continuar sendo um dos melhores decks do formato. Isso ainda pode ser um impeditivo para outros decks entrarem no meta, como Guardians, por exemplo. Porém, sem Chart the High Seas, podemos ver jogadas mais justas no herói e matchs mais acirradas.

E aí, o que você achou dos banimentos? Acha que foram justos?

Obrigado por ler até aqui e até a próxima